A alegria de achar o que perdeu

 Mensagem: A alegria de achar o que se perdeu




Texto: Lc 15


Frase de impacto: Quem nunca perdeu alguma coisa e, depois que a achou, ficou muito feliz em tê-la achado?


Neste capítulo, Lucas inicia dizendo que muitos publicanos e pecadores vinham ao encontro de Jesus para ouvi-lo; e segue afirmando que, por causa disso, os fariseus e escribas começaram a murmurar contra Jesus. Como resposta, Jesus contou três parábolas sobre algo que foi perdido por alguém e, depois de muita procura e espera, foi encontrado, causando grande alegria não só a quem havia perdido, mas também contagiando outras pessoas. O que Jesus queria dizer era que os fariseus e escribas, que eram justos (embora mais do ponto de vista deles do que do Senhor), deviam estar alegres com a restauração daqueles filhos de Abraão que se aproximavam de Jesus, em vez de criticar o Senhor. Vamos meditar sobre esta lição que o Jesus ensina nestas parábolas.


I - Todos têm o mesmo valor para Deus

a) Mesmo perdidas, as coisas ainda eram chamadas de “ovelha”, “dracma” e “filho” - às vezes achamos que aqueles que estão “no mundo” têm menos importância para Deus do que nós, que estamos na Igreja. Isso pode mexer com nosso orgulho espiritual, como aconteceu com os escribas e fariseus.

b) Deus empreende esforços para resgatar os perdidos- isso fica bem ilustrado nas duas primeiras parábolas da ovelha e da dracma. Na primeira, o pastor deixa as noventa e nove em lugar seguro e, certamente, aos cuidados de outros, e parte em busca da ovelha que se tinha perdido. Podemos imaginar os perigos e dificuldades que enfrentou no deserto. Na segunda parábola, a mulher teve que acender a candeia e varrer a casa com diligência. Meu irmão, Deus tem feito de tudo para te salvar; Ele enviou e sacrificou seu próprio filho em teu lugar. Ele tem enviado pessoas para te falar do seu amor, tem te ajudado mesmo você sendo desobediente. Hoje ele veio ao teu encontro. Entregue-se a Ele.

c) Deus aguarda ansiosamente o retorno do perdido - isso fica bem ilustrado na 3ª parábola, a do filho que se afastou voluntariamente da casa do pai. Mesmo tendo sido ferido em seu amor de pai e sua autoridade paterna, o pai daquele jovem louco todos os dias aguardava o seu retorno. Deus continua te esperando, amigo. Volte hoje para os braços do Pai.


II - Você não é um número para Deus - Ele te ama de forma pessoal e exclusiva

a) Noventa e nove não é cem - O pastor ainda tinha 99 ovelhas, o fato de ter perdido uma nos parece irrelevante: apenas 1%. Ele poderia ter aceitado e voltado para a segurança de sua casa e descansar do exaustivo trabalho de pastorear. Mas não, aquela ovelha não era apenas um número, ela tinha importância para ele. Para Deus não interessa se as igrejas estão cheias, Ele ainda deseja salvar os que estão perdidos. Ele ainda sofre por você que não atendeu ao seu apelo, ao seu chamado. Ele ainda está buscando você. Ele não vai desistir de você. 

b) Nove não é dez - a mulher perdera apenas uma dracma, ou seja, 10%, mas ela ainda tinha 90% da sua poupança. Era uma perda aceitável. Mas ela não se conformou. Era noite e ela teve que acender a candeia, mas isso não a desanimou. Ela teve que pegar uma vassoura e varrer cada canto da casa milimetricamente, começando pela sala até o quintal. Até que enfim, achou a sua moeda querida! Cada um de nós tem um valor inestimável para Deus, pois o preço da nossa redenção custou caro: o sangue de seu próprio filho (1 Pe 1.18,19: sabendo que não foi com coisas corruptíveis… que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver … mas com o precioso sangue de Cristo…). Você, meu amigo, tem um grande valor para Deus. Você, meu amado irmão, que se afastou do Senhor ou que está na igreja, mas pensando em sair, saiba que Deus te ama e não quer te perder.

c) Cada filho é importante para o Pai - Algumas pessoas aconselham os jovens casais a terem pelo menos dois filhos, porque, se por alguma fatalidade um deles morrer, eles ficarão pelo menos com um. Para reforçar dizem: quem tem dois, tem um; quem tem um, não tem nenhum. Na parábola do filho pródigo, o honrado pai de família perdeu o filho mais novo, que se rebelando, pediu antecipadamente a sua parte da herança e foi embora para bem longe do pai. Que atitude intolerável e abominável. Para consolo daquele pai, seu primogênito era filho obediente em tudo, trabalhador e submisso, enfim, um ótimo filho. É claro que o pai amava este bom filho, mas amava igualmente o filho rebelde. E desde a sua partida, o velho pai se punha diariamente à porta de casa na esperança de que seu filho retornasse. Depois de muitas aventuras e sofrimentos, aquele moço entendeu que não havia lugar melhor que a casa de seu pai e que, sendo um homem bom, seu pai o receberia mesmo que fosse como um empregado. Assim resolveu voltar e qual não foi sua surpresa ao chegar nas proximidades de casa, ver seu pai correndo ao seu encontro! E muito mais surpreso ficou ao vê-lo abraçando e beijando-o. E mais ainda quando foi restaurado à posição de filho e recepcionado com uma grande festa. Meu irmão, ninguém tomou o seu lugar na casa do Pai e Ele ainda te aguarda com grande ansiedade.


III - A alegria de Deus é maior 

a) A alegria de encontrar o que se perdeu - as três histórias terminam com uma celebração pelo encontro daquilo que se havia perdido. Acredito que todos ficam alegres quando encontram qualquer coisa que perderam e pela qual estavam procurando ansiosos. Uma vez meu pai perdeu todo o dinheiro que havia recebido de salário; lembro que foi uma grande tribulação lá em casa, afinal, nossa família era composta de onze pessoas (meus pais e mais nove filhos); como eram crentes, meus pais foram orar e, claro, procurar o dinheiro. Para surpresa de todos, o dinheiro foi encontrado na abanhado da calça do pai; seu bolso estava descosturado e o dinheiro desceu e, milagrosamente, entrou no abanhado da calça que estava parcialmente descosturado também. Vocês podem imaginar a alegria. As duas primeiras parábolas falam da alegria daquele pastor e da mulher parcimoniosa ao encontrarem suas coisas perdidas. Mas a terceira parábola, fala que houve uma festa de arromba com muita comida, música e danças por causa do filho que retornou ao lar. O Senhor disse que, de igual modo, há alegria no céu e diante dos anjos por um pecador que se arrepende.

b) Só entende quem já perdeu algo ou alguém - assim como o irmão do filho perdido não entendeu o motivo de tanta alegria por causa do retorno de seu irmão rebelde, talvez os amigos do pastor e da mulher não entenderam porque tanta alegria por tão pouco. Para o pastor, a mulher e o pai tudo o que mais importava era achar o que haviam perdido. Tantas pessoas boas e justas havia em Jericó, mas Jesus escolheu justamente se hospedar na casa de Zaqueu, um homem pequeno, publicano, traidor da pátria, desprezível. No entanto, Jesus disse que entrara ali, naquela cidade sob maldição, (Js 6.26) para buscar aquele homem perdido (Lc 19.10). E qual não foi a alegria de Jesus ao ouvir Zaqueu dizer que daria metade de seus bens aos pobres e que restituiria a qualquer que tivesse roubado. Deus deseja que todos os homens sejam salvos (1 Tm 2.3,4) e se alegra com o arrependimento de cada pecador, afinal Ele criou a todos segundo a sua imagem e semelhança, por isso ama a cada um. 


Conclusão: A grande lição deste capítulo era mostrar aos fariseus e escribas que, em vez de criticarem Jesus por sua aproximação com os pecadores, deviam antes se alegrar porque seus irmãos que eram perdidos estavam se arrependendo e retornando para o pacto divino e para a família abraâmica. E o que nós podemos aprender com essas histórias? Que devemos nos alegrar pelos que se reconciliam depois de desviados dos caminhos santos e também pelos perdidos que recebem pela fé a graça da salvação. Será que não damos importância ou, pior, criticamos todos os esforços daqueles que evangelizam e ainda julgamos os que estão crendo, dizendo que não vão permanecer, que eles são irreconciliáveis etc?


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