Exortação a celebrar ao Senhor
Texto: Salmo 100
Introdução:
Devemos atentar para tudo o que a Palavra de Deus nos diz. Devemos levar a
sério tanto suas advertências graves bem como suas recomendações diversas. O
Salmo 100 nos exorta a louvar ao Senhor.
a)
Celebrando com júbilo (v. 1) – celebrar significa “exaltar, louvar
ruidosamente. Festejar. Cumprir solenemente um ritual religioso.” Portanto,
estamos sendo exortados a fazer um culto bem festivo, com ruídos de glórias a
Deus e aleluia, com demonstrações espontâneas de ações de graças. Não devemos
oferecer a Deus um culto formal, cheio de ritualismo litúrgico. O culto que
agrada a Deus é simples e cheio de vida.
b)
Servindo ao Senhor com alegria (v. 2) – Servir significa, dentre outras coisas,
“prestar serviços; cumprir determinados deveres e funções.” Nós, crentes, fomos
chamados para a salvação e para outras bênçãos maravilhosas, mas também para
prestar diversos serviços ao Senhor. Não fomos chamados para uma vida de
passividade e acomodação. Há diversos textos nos evangelhos que nos mostram a
importância do serviço no Reino de Deus. Podemos citar, como exemplo: a
parábola dos talentos (Mt 24.14-30) e a parábola dos trabalhadores na vinha (Mt
20. 1-16). Paulo, o apóstolo, exortou os crentes coríntios, no final de sua
primeira carta, dizendo: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e
constantes, sempre abundantes na obra de Deus, sabendo que o vosso trabalho não
é vão no Senhor.” (15.58) De fato, trabalhar para o Senhor é um grande
privilégio e honra. Esse serviço pode ser prestado de diversas formas ou
ministérios, de acordo com nossa capacidade e talentos recebidos. O autor do
salmo ainda nos exorta a servir ao Senhor COM ALEGRIA, isto é, com
contentamento, com prazer. O serviço que prestamos na obra de Deus é, em primeira
mão, para o Senhor (Mt 25.34-46), embora, na prática, seja feito para seres
humanos. Devemos ter prontidão em servir a Deus, não nos desculpando como
Moisés (Ex 3.10-11; 4.1,10-14), pois, se fomos chamados para um serviço,
seremos capacitados pelo Senhor para executá-lo. O Senhor se responsabiliza!
c)
Entrando no templo com louvor (v.4) – Aqui somos orientados a entrar no lugar
de culto com louvor. Devemos, portanto, chegar na igreja com a atitude correta
que é a predisposição para louvar. Não devemos ser “assistidores” de cultos ou
nos comportar como se estivéssemos em uma plateia, esperando que os que
conduzem o ofício sagrado ou o pregador nos deem o comando de adoração. O
louvor é uma oferta que trazemos no coração e depositamos aos pés de nosso
amado Mestre durante o culto. Uma palavra que gostaria de acrescentar é sobre o
canto, o louvor cantado. Essa modalidade muito alegra ao Senhor. Onde há festa,
há música! Se os cultos devem ser festivos, o cântico não pode faltar. Mas
cantar não fica bem apenas na igreja. Podemos cantar em qualquer lugar, mesmo
que não tenhamos uma bela voz ou que não possamos cantar em voz alta. Cantar
pode ser uma excelente ferramenta para vencer o mau humor e o mau hábito da
murmuração (Hino 302 da Harpa Cristã).
2 –
Duas verdades teológicas no Salmo 100
a)
Conhecimento de Deus – no verso 3, o autor nos diz: “Sabei que o Senhor é
Deus”. Faz grande diferença no louvor se conhecemos o Deus a quem servimos.
Esse conhecimento pode vir de estudos e leituras, mas, sobretudo, deve vir de
nossas experiências na fé. Esta frase nos fala da divindade do Senhor. Ele é
Deus, isto é, supremo, transcendente, poderoso. Devemos temê-lo. Ele está acima
de nós. O autor também nos fala em seguida sobre a soberania divina: ‘...foi
ele, e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto’. Nossa eleição é
resultado de uma decisão soberana de Deus. Glória a Deus!
b) O
Senhor é bom (v. 5) – o salmista nos dá três excelentes razões para louvar ao
Senhor: Ele é bom, sua misericórdia não tem fim e Ele é fiel de geração a
geração. Há muito a se dizer sobre o aspecto ‘bondade’ no caráter divino, mas
para resumir podemos dizer que o Senhor é bom num sentido muito mais amplo e
perfeito do que o ser humano pode ser. Bondade quer dizer: “benignidade; inclinação
para fazer o bem; benevolência; amabilidade”. O Senhor é tudo isso e muito
mais. Outro conhecido salmo nos manda provar e ver que o Senhor é bom (Samo
34.8). A bondade do Senhor está provada em nossa salvação e nas contínuas
bênçãos que dele recebemos. Sobre a misericórdia, outro atributo divino,
podemos dizer que através dela é que recebemos perdão divino e proteção contra
o mal. Aqui se aplicam muito bem as palavras do profeta Jeremias: “As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas
misericórdias não têm fim. Novas são a cada manhã; grande é a tua fidelidade.”
(Lm 3.22-23). E sobre a fidelidade do Senhor: ela se aplica sobre o seu zelo em
cumprir a sua palavra, mesmo após o passar de gerações. A palavra que ele prometeu
a Abraão, por exemplo, continua se cumprindo. Encerremos com estas palavras de
Paulo a Timóteo: “Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com
ele viveremos; se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também
ele nos negará; se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si
mesmo.” (2 Tm 2.11-13).
Conclusão:
Nosso culto ao Senhor deve ser sempre motivado por uma atitude de alegria,
assim como tudo o que fazemos para ele. Motivos há de sobra!
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