A alegria de achar o que se perdeu

Quem nunca perdeu alguma coisa e, depois que a achou, ficou muito feliz em tê-la achado?

O preço da nossa redenção

Somos salvos pela graça, mas nossa salvação custou um alto preço.

Seja o seu próprio carrasco!

As evidências de que somos ressuscitados com Cristo.

Receita para um ano novo de paz

O melhor de todos os presentes - a paz de Cristo

Removendo montanhas pela fé

Um estudo bíblico sobre o significado de mover montanhas.

Acã

 Significado: turbulento; perturbado.



Descendente da tribo de Judá que, por seu pecado de tomar do anátema em Jericó uma capa e utensílios de prata e ouro, causou a derrota dos israelitas em Ai. Foi morto apedrejado no Vale de Acor (Josué 7).

Vale de Acor



Significado: Vale da Desgraça. Vale situado próximo à extinta cidade de Ai que recebeu esse nome por causa da derrota que os israelitas sofreram logo depois da vitória sobre Jericó. Deus permitiu que o exército hebreu fosse derrotado por causa do pecado de Acã. (Js 7). Quando Josué soube da derrota dos israelitas, rasgou suas vestes e questionou a Deus o qual respondeu que a culpa era do próprio povo que havia pecado. Deus orientou Josué a fazer um sorteio que recaiu sobre Acã o qual confessou o seu pecado e teve de ser apedrejado com tudo o que tinha no Vale de Acor.

Lição 3 - O Avivamento no Novo Testamento

 


LIÇÃO 3 – O AVIVAMENTO NO NOVO TESTAMENTO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, temos um panorama geral a respeito do avivamento no Novo Testamento. Estudaremos o avivamento trazido por Cristo mediante aos ho­mens comissionados por Ele para proclamar a mensagem de Boas-Novas para Israel e o mundo. Desse modo, nosso Senhor trouxe a mais poderosa men­sagem que os homens ouviram: a mensagem do Reino de Deus. Os apóstolos do Senhor transmitiram essa gloriosa mensagem por meio de epístolas e livros.

I – O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS

O Novo Testamento é a revelação última de Deus para o mundo. Abordamos, primeiramente, o avivamento em João, pois sua mensagem é a mais objetiva da parte de Cristo para uma missão gloriosa entre os homens.

1- O avivamento em João. O Evangelho de João foi escrito entre os anos 80 e 95 d.C. Sua abordagem difere dos outros três evangelistas. Daí não considerarmos esse Evangelho um livro sinótico. *

No encontro de Jesus com a mulher samaritana, uma “água” diferente e revelada aos homens: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14). Esse versículo é o resumo da missão redentora de Jesus: Preencher o vazio da alma com a salvação, sanar as necessidades espirituais e emocionais do ser humano. Só Jesus pode fazer isso. Esse encontro entre o Salvador e a mulher samaritana mostra que o fruto da mensagem divina traz vida aos que estão mortos espiritualmente (Cl 2.12,13). Esse é o maior de todos os avivamentos que uma pessoa pode experimentar.

2- O avivamento em Mateus. O Evan­gelho de Mateus foi escrito cerca de 60 d.C. É considerado o Evangelho do Reino ou o Evangelho do Rei. As expressões “Reino dos Céus”, “Reino” ou “Reino de Deus” aparecem mais de 30 vezes no texto. O propósito primário de Mateus é revelar aos judeus, e depois ao mundo, que Jesus é o Messias prometido no Antigo Tes­tamento por meio dos profetas. Assim, Mateus revela o real avivamento que o mundo poderia vivenciar (Mt 4.13-17).

3- O avivamento em Marcos. No Evangelho de Marcos, Jesus é apresentado como servo em três aspectos. Primeiro, ele mostra Jesus como o servo vencedor sobre as enfermidades, os demônios, as forças da natureza e a morte. Segundo aspecto, o evangelista apresenta Jesus como o servo sofredor, maltratado pelos líderes judaicos, sacerdotes, traído por Judas, um de seus discípulos (Mc 14.10,11), e humilhado pelos soldados romanos (Mc 15.1-20). Terceiro, Marcos apresenta Jesus como servo triunfante. A mensagem do anjo às mulheres, que foram ao seu túmulo, afirma: “[…] Já ressuscitou, não está aqui” (Mc 16.6-8). Assim, nosso Senhor foi morto, mas ressuscitou triunfante ao terceiro dia, vencendo a morte, o pecado, o mundo e o Maligno.

4- O avivamento em Lucas. O Evangelho de Lucas, “o médico amado” (Cl 4.14), é considerado “o evangelho do Filho do Homem” (Lc 19.10) pelos estudiosos. Nenhum outro evangelista retrata tão bem a humanidade de Jesus. Lucas registra o nascimento singular do Salvador (Lc 2.1-7), bem como a mensagem dos anjos aos pastores (Lc 2.10-14). Um novo tempo que chegava para Israel e o mundo. Era o avivamento enviado dos céus.

II – O AVIVAMENTO NOS ATOS DOS APÓSTOLOS

A mensagem do livro de Atos trans­cende a história da Igreja Primitiva. Ela mostra que o Evangelho ultrapassou as fronteiras de Israel, chegando aos gentios de maneira impactante e avivada.

1- O avivamento na Igreja Primitiva. No primeiro capítulo de Atos, o evangelista registra as palavras de Jesus, quando nosso Senhor disse aos apóstolos em sua despedida: “Vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). O cumprimento dessa promessa na vida da Igreja seria o maior avivamento ocorrido na história.

2- A descida do Espírito Santo. O batismo no Espírito Santo, registrado em Atos 2, é o comprimento da promessa de Deus feita em 835 a.C (Jl 2.28,29). Esse evento trouxe um avivamento espiritual no nascimento da Igreja. Antes da chegada do Espírito Santo, nosso Senhor reuniu os discípulos e deu-lhes “a Grande Comissão” (Mc 16.15-18). Dias depois, receberam o cumprimento da gloriosa promessa, quando foram cheios do Espírito Santo (2.1-3), para executar “a Grande Comissão”. Para pregar o Evangelho é preciso receber o avivamento que vem do alto.

II- O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO APOCALIPSE

1- Nas epístolas paulinas. Após a sua dramática conversão, o apóstolo Paulo passou por uma radical transformação de vida. De perseguidor, Deus o transformou em pregador, e apóstolo, e doutor dos gen­tios (2Tm 1.11). Não por acaso, ele escreveu 13 cartas entre igrejas e pessoas. Em suas epístolas destinadas às igrejas, podemos destacar temas como a “justificação pela fé” em Romanos (Rm 5.1); a salvação em 1 e 2 Coríntios; a transformação do corpo por ocasião da volta de Jesus em 1 e 2 Tessalo­nicenses (1Ts 4.16,17); o advento da alegria dos salvos em Filipenses (Fp 4.4). Todavia, e especialmente, vale destacar o apelo do apóstolo aos efésios: “mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Esse apelo continua a ecoar atualmente.

2- Nas epístolas gerais (ou univer­sais). As epístolas universais apresentam oito documentos. Aparentemente sem perspectivas avivalistas, elas revelam princípios que dão suporte à verdadeira vida cristã. Essas epístolas revelam a supremacia de Cristo em todas as esferas da vida; o valor da fé e da salvação, acompanhadas de boas obras; o valor da santificação e do amor de Deus derramados nos corações dos salvos. Esses princípios apontam para uma vida cristã avivada.

3- No livro do Apocalipse. o último livro da Bíblia (90-96 d.C.) traz revelações singulares a respeito dos fins dos tempos: a revelação do Cristo glorificado (Ap 1.1); a revelação de coisas passadas (Ap 1.19); a revelação de coisas em relação a igreja (Ap 2 e 3); em relação às nações; o Arrebatamento da Igreja, o Tribunal de Cristo (2Co 5.10), a entrega dos galardões, as Bodas do Cordeiro (Ap 4-22). Depois de sete anos, em que haverá a Grande Tribulação na terra, o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro no céu, Jesus voltará em glória e será visto por todos os habitantes da Terra (Ap 1.7). Ele dará fim a Grande Tribulação e implantará gloriosamente o seu Reino Milenial. Nesse dia, o mundo viverá o maior e o último avivamento da história.

CONCLUSÃO

O Novo Testamento é a revelação de Deus para a sua Igreja e a mensagem de salvação para toda a humanidade. Por isso, ao longo desse divino documento, podemos perceber a vontade de Deus para um avivamento genuíno do seu povo. No geral, o Novo Testamento revela o plano de Deus para o mundo, bem como suas diretrizes para que a Igreja exerça, de maneira avivada, a sua missão na Terra.

Lição 4 - O ministério avivado de Jesus

 


Lição 4 – 22/01/2023

TÍTULO: O MINISTÉRIO AVIVADO DE JESUS

TEXTO ÁUREO

“Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.”  (Lc 4.14)

 VERDADE PRÁTICA

O alcance espiritual da vida de um crente avivado revela a extraordinária atuação do Espírito Santo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Lc 1.35 O nascimento de Jesus sob virtude do Espírito

Terça - Lc 4.14 O ministério de Jesus sob a virtude do Espírito

Quarta - Mt 4.1 Jesus conduzido pelo Espírito ao deserto

Quinta - Mt 6.9-13 A oração modelo de Jesus para os discípulos

Sexta - Mt 3.13-21 O batismo de Jesus e a confirmação do Espírito

Sábado - Lc 4.18,19 A missão de Jesus e  o propósito de seu ministério

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Lucas 4.14-22

14- Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.

15- E ensinava nas suas sinagogas e por todos era louvado.

16- E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.

17- E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:

18- O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,

19- a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.

20- E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.

21- Então, começou a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.

22- E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?

INTRODUÇÃO

Jesus iniciou o seu ministério na Galileia, provocando grande repercussão diante do povo, pois “a sua fama correu por todas as terras em derredor” (Lc 4.14). Isso aconteceu porque “pela virtude do Espírito Santo, Jesus voltou para a Galileia” (Lc 4.14). Nesta lição, veremos o impacto do ministério do Senhor sobre o povo. Além de um ministério avivado, sua mensagem era proclamada sob a autoridade do Espírito Santo.

 PALAVRA-CHAVE Jesus

 

I – JESUS E A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

 1. O Espírito Santo na vida de Jesus.  a) No nascimento. O anjo Gabriel deu a seguinte notícia a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). Aqui, vemos o papel do Espírito Santo como executor divino do mistério da encarnação: Sob a virtude do Espírito, nosso Senhor se tornou o Emanuel. Isso significa “Deus conosco”; o Deus que se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.14).

b) No batismo. Antes de iniciar o seu ministério na Galileia, Jesus submeteu-se ao batismo de João, no Rio Jordão. Ao sair da água, “viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo sobre Ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.16,17). Era uma manifestação indubitável da Santíssima Trindade: o Pai declarando Jesus como seu “Filho amado”; o Filho, Jesus, saindo da água; e o Espírito Santo, materializado em forma de pomba, descendo sobre Ele.

c) Na tentação. Depois do batismo, Jesus foi conduzido “pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1– grifo meu). Ali, experimentou o jejum de “quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome” (Mt 4.2). Em todas as investidas satânicas, Jesus foi vencedor, usando a poderosa Palavra de Deus. A cada ataque, nosso Senhor respondia: “Está escrito [...]”. Assim, fica claro que se o Senhor Jesus não tivesse a presença do Espírito Santo, o resultado de suas provações não seria satisfatório.

2. O Espírito Santo no ministério de Jesus. Com cerca de 30 anos, Jesus iniciou seu ministério terreno, depois de voltar do monte da tentação, no deserto da Judeia, pela Galileia (Lc 4.14,15). A Leitura Bíblica em Classe, desta lição, mostra que Jesus foi ungido pelo Espírito “para evangelizar os pobres”.

Esta era a missão de seu ministério. De modo geral, nosso Senhor sabia que, por causa dos bens terrenos, os ricos deste mundo não se interessam pela sua Palavra (Mt 19.23,24). Além disso, nosso Senhor foi ungido pelo Espírito para “curar os quebrantados do coração”. Só para explicar, quebrantados do coração são aqueles que têm um coração humilde, uma disposição para submeterem-se à vontade de Deus (Sl 34.18). Por isso, nosso Senhor veio tocar o coração dos homens. Ainda mais, Ele também fez um convite aos “cansados e oprimidos” (Mt 11.28), apregoou “liberdade aos cativos” (Jo 8.31-36), aos que estão sujeitos à escravidão do pecado (Rm 8.20,21), deu “vista aos cegos” (Jo 9.39-41) e pôs “em liberdade os oprimidos”. Desse modo, o Espírito Santo atuava diretamente na obra do nosso Salvador.

SINOPSE I

O Espírito Santo teve uma participação ativa na vida e no ministério de Jesus

 

II – JESUS E A ORAÇÃO EM SEU MINISTÉRIO

1. O valor da oração. A oração do Pai-Nosso aparece em duas versões nos Evangelhos: a primeira, em Mateus 6.9-13; a segunda, em Lucas 11.2-4. Em Mateus ela se encontra no contexto do Sermão do Monte. Ali, a oração do Pai-Nosso não cumpre mera orientação litúrgica, mas revela o coroamento de um estilo de vida sem hipocrisia e exibicionismo religioso (Mt 6.5-9). Dessa forma, uma pessoa avivada se dirige a Deus como o “Pai Nosso”, “santifica” o nome dEle, deseja a “vinda do Reino”, anela por viver a “vontade de Deus”, a cada dia está na dependência do Senhor (“dá-nos o pão nosso”), confessa os pecados e pede perdão, ela suplica por proteção a Deus e, finalmente, sabe que dEle é o Reino, o poder e a glória para sempre (Mt 6.5-9). Essa oração revela uma vida humilde e quebrantada diante de Deus.       

2. Uma vida de oração. Nos Evangelhos podemos perceber várias ocasiões de oração no ministério de Jesus. Ele orou para escolher seus discípulos (6.12-16), fez uma oração de gratidão por Deus se revelar aos humildes por ocasião do envio dos 70 discípulos (Lc 10.21; Mt 11.25). Logo, aprendemos, com Jesus, a importância de uma vida de oração, pois mesmo sendo Deus, na condição humana, nosso Senhor buscava comunhão com o Pai por meio da oração. Além disso, sua vida de oração, no Getsêmani, também nos ensina que a vontade do Pai sempre é a melhor (Mt 26.36-46).  


III – UMA VIDA NA UNÇÃO DO ESPÍRITO

Com unção nos referimos a uma vida de serviço sob a confirmação do Espírito Santo, a semelhança da atuação do Espírito no ministério de Jesus (Lc 4.8).

1. A unção do Espírito na vida do obreiro. O obreiro tem muitas atribuições na obra do Senhor. Ele exerce a liderança administrativa, a atividade do ensino e alguns, até mesmo, da música cristã. Por isso, é muito fácil essas atividades caírem na rotina e se tornarem meramente burocráticas. Mas o obreiro ungido sabe que o Espírito Santo renova as suas forças, não permite que veja a obra do Senhor com mero olhar humano e, de maneira graciosa, vê a confirmação do seu ministério quando o Senhor salva vidas por meio de uma pregação ungida, quando crentes mudam atitudes por causa de um ensino dirigido pelo Espírito, quando há edificação espiritual por meio de um louvor bem executado na presença de Deus (1 Co 14.26).

Mas todo esse bem do Senhor, inevitavelmente, é acompanhado de uma vida piedosa. Por isso, o obreiro do Senhor não deve negligenciar a oração, o jejum e o estudo devocional da Palavra de Deus (1 Tm 4.7). Esses exercícios piedosos são o alimento espiritual diário e permanente de todo obreiro avivado na obra do Senhor.

2. A unção do Espírito na vida do crente. Viver uma vida na unção do Espírito não é privilégio apenas dos que exercem vocação ministerial na igreja local. A Palavra de Deus diz que nós somos “o sacerdócio real”, chamados para anunciar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).

Mais precisamente, Deus chamou cada crente a comunicar o Evangelho em todos os lugares em que seus pés tocarem (Mt 28.19; Ef 6.15). Mas para isso, a nossa vida deve estar debaixo da unção do Espírito (Mt 25.4). Então, exerceremos influência poderosa em nossa família, na faculdade, no local de trabalho ou em quaisquer esferas da sociedade. Assim, seremos testemunhas poderosas de Jesus sob a unção do Espírito Santo (Jo 14.26). 

 SINOPSE III

Jesus teve uma vida de serviço sob a confirmação do Espírito Santo.

 

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos que o Senhor Jesus teve um ministério avivado porque foi ungido pelo Espírito Santo. Ora, se o Senhor Jesus, sendo Deus, foi ungido pelo Espírito Santo para desenvolver o seu ministério, por que conosco seria diferente? Vivamos, pois, uma vida de serviços na causa do Mestre, de modo que o Espírito Santo confirme a nossa vocação.


REVISANDO O CONTEÚDO

1. Segundo a lição, qual o papel do Espírito Santo no mistério da encarnação?

2. Cite pelo menos três objetivos no ministério de Jesus ao ser ungido pelo Espírito Santo.

3. O que a oração do Pai-Nosso revela?

4. O que o obreiro não deve negligenciar?

5. Por que Deus chamou cada crente?

Não pudestes vigiar nem uma hora comigo?

Não pudestes vigiar nem uma hora comigo?

Mateus 26.40b



Jesus estava no Getsemani. Após a cerimônia da Páscoa, sua última celebração, ocasião em que instituiu também a cerimônia da Nova Aliança que estava prestes a concretizar na Cruz, o Senhor levou seus discípulos para um local afastado da cidade descrito nos evangelhos como um horto ou jardim. Com exceção de Judas, o traidor, os discípulos foram ali pernoitar com o Senhor, sem se darem conta das coisas que estavam próximas de acontecer. Para eles não havia nada de anormal. Estavam enfadados e esperavam tirar um cochilo, pois certamente seu mestre os levaria no dia seguinte por mais uma extenuante jornada de curas e de pregações, principalmente por estarem em Jerusalém por ocasião da maior e mais importante festa judaica.

Ficaram surpresos, todavia, ao chegarem ao local. O Senhor chamou três deles à parte, Pedro, Tiago e João, aos quais confessou estar muito angustiado e, em seguida, afastou-se um pouco deles para orar solitariamente, mas antes lhes pediu que também vigiassem com ele do ponto onde estavam. O Senhor orou ao Pai para que, se fosse possível, livrasse-o de beber o cálice da cruz, mas que fizesse a vontade divina. Ao voltar para o ponto onde estavam os três discípulos, encontrou-os dormindo. Falou, então, para Pedro, talvez por ser o mais velho, se ele não pudera vigiar ao menos uma hora com ele. 

Meditemos um pouco nessas palavras do Senhor usadas para arguir a Pedro.

  1. O Senhor estava emocionalmente fragilizado. Por sua natureza divina, sabia de tudo o que estava para lhe acontecer. Não creio que temesse a morte ou mesmo a dor, mas antes a humilhação a que estava para ser submetido. Ele precisava do apoio de alguém que, pelo menos, orasse com ele naquele instante. Mas tudo o que encontrou em seus amigos foi descaso com sua dor, insensibilidade total. Por duas vezes ainda, o Senhor os encontrou adormecidos, até que já fortalecido e determinado, diz para que durmam, porque não havia mais tempo e a sua hora havia chegado. Nesse momento chegam os soldados e a multidão de arruaceiros conduzidos por Judas e arrastam nosso mestre para a prisão. Os discípulos então se acordaram, mas era tarde demais. Nada fizeram pelo Senhor em seus momentos finais com ele, não o consolaram, não intercederam por ele. Se o Senhor não fosse quem era, talvez tivesse desistido ali mesmo. Pedro ainda esboçou uma reação, como nos diz o evangelista João, mas foi ação carnal que teve de ser corrigida por Jesus. O Senhor ainda quer nos dias de hoje que vigiemos com ele em oração pelo menos por uma hora? Esta pergunta me veio à mente. Claro que Ele não precisa mais de apoio emocional ou companhia humana, mas entendo que ele deseja, sim, que velemos em oração diariamente. Ele deseja que oremos por outros que à semelhança dele no Getsêmani, estão em grande angústia. Seja por problemas pessoais, seja por tragédias coletivas, como os refugiados na Síria, as vítimas de tragédias naturais, os enfermos nos hospitais, os encarcerados, os perseguidos pelo evangelho, as crianças e moradores de rua, as vítimas da violência, os pobres e oprimidos. O Senhor quer que oremos, pois, além de nosso mundinho confortável, há um mundão de gente que padece e morre todos os dias, muitos deles sem pelo menos o conforto da salvação eterna.

  2. O Senhor insistiu para que orassem a fim de que estivessem prontos para os momentos tenebrosos que estavam por vir. Na verdade, eles, os discípulos, estariam mais se ajudando do que ao Senhor se tivessem orado naquela noite. Mas o Senhor deu a dica: Vigiai e orai para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Mt 26.41). A falta de oração resultou em dúvidas, em negação, em debandada geral. Por que devemos orar, mesmo quando tudo parece tranquilo, quando está bem entre nós e Deus, quando na família não falta nada? Porque não sabemos o que virá nos momentos seguintes. Devemos orar sempre para que possamos resistir no dia mau (Efésio 6.13). O que virá a seguir em nossas vidas? Pode ser que a sequência de dias tranquilos prossigam indefinidamente, mas pode ser que uma tragédia nos ocorra, um acidente fatal leve-nos um ente querido, uma tentação ameace destruir nossa integridade espiritual, uma traição de alguém querido nos desestabilize espiritual e emocionalmente, uma grave doença acometa a nós ou uma pessoa querida, uma perseguição venha a obrigar-nos a mudar de emprego, de domicílio; uma crise financeira ocasione o nosso desemprego ou atraso de nossos salários. Só para ilustrar. E por que estamos tão tranquilos? Por que estamos usando e abusando deste mundo? Por que não oramos nem uma hora por dia? Diferente de nosso Senhor, nada sabemos sobre o futuro. Somos como cegos tateando no escuro de nossa visão presente, crentes que tudo será normal amanhã e depois e depois. Se nada sabendo sobre o instante seguinte somos tão despreocupados, imagine se soubéssemos alguma coisa. Acho que só oraríamos às vésperas de nossas tragédias. Talvez seja por isso que Deus não nos tenha dado a capacidade de conhecer o futuro, para que, pelo menos, oremos e confiemos nele.

  3. O Senhor, nos seus momentos finais, demonstrou com seu exemplo a importância e a necessidade da oração. O que uma pessoa faz nos momentos que antecedem uma viagem ou mesmo a morte, no caso de pacientes terminais conscientes? Ela fala com seus entes e amigos sobre coisas realmente importantes. O Senhor quis enfatizar para seus discípulos a importância da oração. Ao orar ali no Jardim, seus temores se dissolveram de todo e uma vigorosa determinação lhe motivou a concluir sua missão. Vê-se uma grande diferença de quando o Senhor chega no jardim e quando, após orar, ele recebe seus algozes. Não havia mais temor algum. Há uma diferença entre a confiança resultante da comunhão com Deus e da postura temerária que muitos demonstram pela falta de oração. Quem ora sabe que o mal sempre virá, algum dia, de algum modo, por isso, procura se preparar e, quando a tempestade chega, encara-a com paz e convicção; atravessa os vales de sombra e morte guiados pelo Divino Pastor. Quem vive despreocupadamente como se o mundo fosse um salão de festas, onde tudo é sorriso, é música, é alegria, é lazer e passatempo, pode não resistir às intempéries da vida. 


Hoje, somos uma geração de cristãos que ora pouco ou quase nada, com louváveis exceções. Louvamos a Deus com nossos lábios, mas nossos corações estão bem distantes dele. Talvez oramos pouco porque não vemos necessidade disso e há muito com que se distrair. Não há necessidade porque a medicina nos cura com suas drogas e aparelhagens tecnológicas; não há necessidade porque os traumas podem ser curados com psicólogos e terapeutas; não necessitamos de oração porque temos empregos e salários e não dependemos tanto da natureza (como dependem os que vivem da caça e da pesca, por exemplo). Além disso, há tantas distrações “bem melhores” do que a oração e a leitura da palavra. Gastamos horas com novelas, filmes e seriados e com conversas fúteis nas redes sociais, temos também tantas opções de lazer como as praias, os restaurantes, as viagens turísticas. Não que isso seja mau em si, o problema é que nunca temos tempo para orar, mas para tudo o mais temos. Infelizmente nosso problema é que não priorizamos a oração e que ela perde de dez a zero para tudo o mais. Eis a espécie de cristãos que somos.


 



Os filhos de Deus

 

Mensagem: os filhos de Deus

Texto 1 João 3.1-10




Esta epístola foi escrita no final do primeiro século, pelo apóstolo João, que a essa altura era um ancião em avançada idade e era o último dos apóstolos ainda vivo. Ele a escreveu, provavelmente para as igrejas da Ásia Menor, a partir de Éfeso. Seu propósito ao escrever esta carta foi o de combater uma heresia que ameaçava corromper as verdades do Evangelho, denominada Gnosticismo. Os seguidores dessa heresia ensinavam entre outras coisas que a matéria era má e o espírito era bom, portanto, Jesus não poderia ter vindo em carne; que o corpo, por ser matéria, deveria ser destruído e, por isso, adotavam um estilo de vida desregrado e dissoluto, entregando-se a toda espécie de orgias e vícios. 

João abre sua epístola declarando-se testemunha ocular de que Jesus viera em carne e que os negavam esta verdade possuíam o espírito do Anticristo. Defendeu também uma vida de pureza para aqueles que professavam ser cristãos. 

No capítulo que lemos ele chama a atenção de seus leitores para o grande amor que o Pai lhes havia concedido: de serem chamados filhos de Deus. E que isso já era um fato, embora ainda não tivesse se concluído o que haviam de ser e que isso só seria feito quando o Senhor se manifestar, isto é, voltar. 


1. PRIVILÉGIO

Então podemos entender que João está falando de um grande privilégio que os crentes haviam recebido, que reconhecessem esse fato, que o observassem. Ao meditar sobre isso, particularmente me vem à mente uma grande alegria porque penso que Deus poderia simplesmente nos ter concedido a salvação e isso já seria de grande monta, no entanto, além de nos conceder a salvação, o direito à vida eterna, ele nos deu mais: nos deu a própria filiação! Ele nos adotou como seus filhos! E isso está em consonância com outros textos das escrituras, vejamos:


Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; João 1:12 


Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. Romanos 8:15 


2. A VOLTA DO SENHOR

A forma definitiva que teremos com essa condição só será concluída quando da manifestação de nosso Senhor – versículo 2


3. CONTRAPARTIDA DO CRISTÃO

Todo privilégio traz consigo responsabilidades; assim, nossa elevada posição de filhos exige de nós o desenvolvimento de características que evidenciam esse fato. Não basta se dizer filho, é preciso ter as características que comprovam a filiação: 

a) Purificar-se – v. 3

b) Não viver na prática do pecado – vs. 4-6

c) Praticar a justiça (correto) – vs. 7-10

d) Amar os irmãos – v. 10b


Conselhos para a união da família

 Conselhos para se ter uma família unida

Salmos 133 e outros




  • Seja um pacificador: esteja sempre disposto a pacificar os ânimos quando membros de sua família estiverem em conflito; não “jogue lenha na fogueira”. Se o problema for com você, procure a conciliação, em vez de reivindicar a razão em seu favor. Lembre-se: Bem aventurados os pacificadores porque serão chamados de filhos de Deus. (Mt 5.9); e também: “(  ) procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” (Ef 4.3).

  • Seja um agregador: procure fazer a ponte entre seus familiares; integre sua família. Reúna a família, faça um almoço delicioso, não somente nas ocasiões especiais; comer juntos sempre ajuda a integrar as pessoas; converse com aquele membro que está ausente; ligue, mande uma mensagem no Whatsapp.

  • Celebre os momentos de vitória: seja por um aniversário natalício, seja pela formatura de um dos filhos ou cônjuge, seja por causa das bodas de casamento. Nessas ocasiões a família se reúne, se alegre,festeja.

  • Comunique-se: aprenda a dialogar, provoque o diálogo até que ele se torne um hábito na família. Mostre interesse pelo que o outro diz, pelo que os filhos estão dizendo, não os ignore; preste atenção no que o outro fala, olhe nos olhos, não fique distraído, vendo redes sociais. Ao conversarem sobre um assunto qualquer, não tente fazer seu ponto de vista prevalecer, não precisa alterar a voz; conversar não é gritar; não aja como se estivesse em um debate, não queira ser o dono da razão; esteja disposto a ser convencido (não vencido); dialogar é ouvir também, não só falar; estes são alguns erros da comunicação que devem ser evitados.

  • Cuidado com as críticas: nada mais desagregador, divisor, do que as críticas. A crítica é necessário, mas precisa ser feita com amor e respeito. A pessoa sincera e que ama de verdade não apenas elogia, mas também critica. Não critique em público. Não seja irônico, nem critique além do necessário. Se possível, diga coisas positivas também, desde que sinceras.

  • Promova momentos de oração, devocionais: há promessas sobre a oração em grupo. A oração age no campo espiritual.

  • Perdoe: experimente o poder do perdão. Ele liberta tanto o ofensor quanto o ofendido.

  • Cumpra o seu papel e seus deveres no núcleo familiar. Muitos conflitos advém da negligência para com as atribuições de cada um na família. Isso pode sobrecarregar um dos membros, que terá de fazer o seu papel e do outro; pode gerar também insegurança para os filhos. Homem: é o marido; o pai; o cabeça; o provedor; deve exercer sua liderança natural, não transferi-la; Mulher: é a esposa; mãe; adjutora na condução do lar e dos filhos; tem autoridade para disciplinar; Filhos: devem honrar aos pais, obedecendo, respeitando, ajudando. 

Renovação Espiritual na Família

 Renovação espiritual na família

Texto: Gênesis 35.1-15




Introdução: Sabemos que Deus ao criar o ser humano, criou também a família, portanto ela é um projeto divino. No entanto, a família vem sofrendo muitos ataques e males (brigas, conflitos, separações, divórcios, vícios, violência, etc.). Mesmo nas famílias cristãs, cujos pais procuram ensinar seus filhos a obedecerem a Palavra de Deus, há inúmeros problemas. Por isso, é importante que, como pais e responsáveis por nossas lares, analisemos como estão as coisas. Muitas vezes deixamos “tudo correr frouxo”, por negligência ou por comodismo mesmo. Mas não é assim que Deus deseja que ajamos, antes quer ver cada lar cristão vivendo no temor do Senhor. E nessa questão, os pais têm um papel preponderante. Vejamos através do exemplo de Jacó, como devemos agir para que nossa família tenha um verdadeiro avivamento espiritual e as bênçãos do Senhor advenham sobre nós. 


1- O contexto 

No capítulo 34, vemos um grande mal praticado pelos filhos de Jacó, Simeão e Levi porque mataram os homens da cidade de Siquém por causa de sua irmã Diná, que fora deflorada. Jacó estava muito apreensivo, com medo de uma retaliação. Certamente ele foi orar ao Senhor. Muitas vezes, Deus permite que passemos por lutas para que venhamos a buscá-lo. (Contar o que Deus fez em minha família).


2 – A orientação divina

a) Jacó recebe a orientação divina, isto é dá ouvidos

b) Jacó fala com sua família para tirar os ídolos e se purificarem

c) Jacó volta a Betel agora com sua família onde levanta um altar (fazer a ligação com a primeira menção a Betel – Gn 28.10-22) / O significado de Betel (casa de Deus) e o nome do altar (El Betel – o Deus de Betel) / O significado de ‘levantar um altar’ - que tinha por finalidade adorar ao Senhor, o Deus Altíssimo. 


3 – Resultados da atitude de Jacó

a) Deus lhe aparece outra vez – sentiu a presença de Deus

b) Seu nome foi definitivamente mudado para Israel, que significa ‘homem que luta com Deus’ - essa mudança de nome simboliza uma mudança de vida, de caráter. Seu nome havia sido mudado quando lutara com o anjo no vale do ribeiro de Jaboque, mas parece que ainda não assumido essa nova identidade. Deus mudou o nome de Abraão, de Sara, de Paulo, de Josué. Temos a promessa de receber um novo nome (Ap 2.17). 

c) Deus renova a promessa de que seus descendentes herdariam a terra de Canaã em possessão eterna.


Conclusão: Não descuidemos do estado espiritual nosso e de nossa família. Busquemos ao Senhor em todo o tempo. 


A Vida Superior em Cristo

A Vida Superior em Cristo

Colossenses 3. 1-17


Introdução: Paulo escreveu a epístola aos colossenses quando estava na prisão, em Roma, portanto, esta é uma das chamadas Cartas da Prisão, ao lado de Efésios, Filipenses e Filemom. A igreja que estava em Colossos (Ásia), que ficava a 120 km de Éfeso, não fora fundada por Paulo, mas provavelmente por Epafras (Cl 1.6). A igreja colossense estava bem espiritualmente (1.3-8), mas já começavam a surgir problemas que ameaçavam essa firmeza em Cristo. As circunstâncias que levaram Paulo a escrever uma epístola aos colossenses estão implícitas no capítulo 2 quando adverte os irmãos para que não se deixassem enganar por algumas heresias que tentavam disseminar entre eles, provavelmente Gnosticismo (v. 8), judaísmo (v. 16), misticismo (culto aos anjos - v. 18) e ascetismo (v. 21 a 23). Paulo também faz uma excelente e bem definida defesa da divindade e humanidade de Cristo (1.13-20) com o intuito de fortalecer a fé dos crentes daquela igreja. No capítulo 3, ele traz uma exortação à santidade e ao amor fraternal; exortação que será o assunto de nossa mensagem.

I. Ressuscitados com Cristo - Paulo chama seus leitores a uma tomada de atitude, desafiando-os a, se verdadeiramente tivessem já ressuscitado com Cristo, a agirem da forma que ele passará a apresentar. Importante frisar duas palavras da primeira frase: “se” e “ressuscitar”. A primeira é uma conjunção condicional e implica uma auto análise por parte do crente. O objetivo não é pôr em dúvida nossa condição de filhos de Deus, como o diabo tentou fazer com Jesus (Mt 4.3), mas conduzir a um autoexame (1 Co 11.28) que nos previne de perder a graça salvadora. Quanto a “ressuscitar”: o termo representa propriamente a nova vida em Cristo Jesus; quer dizer, originalmente, levantar. Fomos ressuscitados ou levantados dos mortos juntamente com Cristo. Quando o Senhor ressurgiu, ele se tornou o primogênito (Cl 1.15,18) da nova criação divina, da qual fazemos parte quando cremos nele, muito embora só nos tornaremos semelhantes a Ele em sua vinda (v. 4; 1 Jo 3.2). Por enquanto, precisamos apenas crer nessa nova vida que recebemos pela graça e nos apropriarmos dela. Já somos novas criaturas (2 Co 5.17) e devemos viver de acordo com essa nova geração. É oportuno dizer que essa “ressurreição” é representada simbolicamente pelo batismo, conforme Paulo mesmo esclarece: Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus… (Cl 2.12). Simbolicamente, porque isso não se dá de modo mecânico, pelo simples ato de mergulhar, mas o batismo deve representar o que de fato já se passou em nosso interior. No primeiro parágrafo (v. 1 a 4) deste capítulo, Paulo traz dois imperativos para o fortalecimento dessa nova vida que analisaremos agora:

Coisas do alto x coisas terrenas: quem buscaria bijuterias e materiais de pouco valor se puder buscar ouro, prata, pedras preciosas e outros minérios valiosos? Assim também é o contraste entre as coisas do céu e as coisas da terra. As coisas terrenas são conhecidas: vão desde as necessidades básicas do ser humano até os bens materiais mais cobiçados como mansões, carrões etc. Não tem fim o que o homem pode acumular aqui nesta terra. Mas também são terrenas as preocupações com a aparência, a ostentação de riquezas, os prazeres, os banquetes, etc. e tudo isso e muito mais as pessoas buscam. Na verdade, essas coisas ocupam a mente de muitas pessoas durante todas as suas vidas diariamente.Muitos andam tão ansiosos por adquirir essas coisas que sequer atentam para as palavras do Senhor sobre a ansiedade em Mt 6.25-34. Já as coisas do céu são espirituais, não se compram com dinheiro, não tem preço. Elas dizem respeito à salvação, à comunhão com Deus, às riquezas das Escrituras e muito mais. 


1) Buscai as coisas do alto - Buscar quer dizer procurar, diligenciar, é demandar por alguma coisa e ocupar-se de. A nova vida em Cristo nos leva a ocupar nosso tempo em novas atividades. Se antes, buscávamos gastar nosso tempo em festas, orgias, deleites e na prática do mal em geral, como cristãos devemos empregá-lo em oração, leitura da palavra, ações de graça, em coisas que enlevam o espírito e daí por diante. Devemos buscar: em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça (Mt 6.33); a sabedoria do alto (Pv 8.37 - “eu amo os que me amam e os que de madrugada me buscam me acharão”Tg 1.5; Pv 3.1-9); ao Senhor enquanto se pode achar (Is 55.6); ser cheio do Espírito Santo (Ef 5.18); buscar com zelo os melhores dons espirituais (1 Co 12.31); ler e conhecer a Palavra de Deus que está tão acessível para quem a deseja (Dt 30.11-4). Quem busca, acha (Mt 7.7,8)! O Senhor promete se deixar achar se o buscarmos de todo coração (Jr 29.13); O rei Josias, de Judá, buscou ao Senhor e a nação recebeu um grande avivamento (2 Cr 34.3); Um homem achou um tesouro escondido num campo porque procurou (Mt 13.44); outro achou uma pérola de grande valor pela qual deu tudo quanto tinha (Mt 13.45,46); o pastor achou a ovelha perdida porque saiu em busca dela (Lc 15.3-7); a mulher achou a dracma perdida porque acendeu a luz e varreu a casa toda até achar a moeda (Lc 15.8-10); Jairo buscou a Jesus e sua filha foi restaurada (Lc 8.40-56). Assim, se buscarmos as coisas espirituais, se nos empenharmos nessa busca com toda a diligência, o Senhor nos dará abundante graça que nos fará viçosos em sua presença. Mas a questão é: Onde está o nosso tesouro? (Mt 6.21), pois só buscamos aquilo que nos importa, que tem realmente valor para nós! Hoje muitos cristãos estão gastando inutilmente seu tempo nas redes sociais, conversando bobagens, discutindo e até pecando; outros estão dominados pelos canais de entretenimento assistindo a filmes e séries cheios de violência e sensualidade. Quanto desperdício de tempo! E que impacto isso traz sobre a vida espiritual! Frieza, dureza de coração, fastio da palavra, descumprimento do Ide e laços de morte. Isso tudo é coisa terrena e que não devemos buscar!

2) Pensai nas coisas do alto - Alguém pode achar que os pensamentos são involuntários, que nascem à toa, mas na verdade a atividade de pensar está diretamente associada ao meio em que vivemos e às influências que recebemos em casa, na escola, no trabalho, na igreja, nos relacionamentos sociais, nas mídias que acessamos e etc. Outra coisa importante: os pensamentos podem ser controlados! Por isso, Paulo ordena “pensai”. Este segundo imperativo está subordinado ao primeiro. Só poderemos pensar “naturalmente” nas coisas do alto se vivermos a buscá-las. Se passamos o dia nas redes sociais, vendo séries ou coisas do tipo, nem mesmo na igreja conseguiremos nos desvencilhar de tais ideias. Mas se vivermos a orar, a ler a Palavra, a cantar louvores, nossos pensamentos também serão espirituais. Pensaremos com facilidade nas realidades eternas! E até sonharemos com elas! Busque primeiro e depois pense. Mas podemos trabalhar ainda mais a nossa mente para um melhor aproveitamento em nossa nova vida em Cristo. No Salmo 1, o varão bem-aventurado dedica-se a meditar na lei do Senhor dia e noite (v. 2), por isso sua vida espiritual é comparada a uma árvore plantada junto às águas, a qual é sempre verde e frutífera. Meditar é pensar. Quando gastamos nossa energia mental “ruminando” a Palavra de Deus quão abençoados nós somos! Josué devia meditar na Lei do Senhor para que tivesse cuidado de fazer tudo conforme estava escrito (Js 1.8); Timóteo devia meditar e ocupar-se  no que Paulo dizia (1 Tm 4.15) para ser bom ministro de Cristo; Davi amava e meditava na Lei do Senhor (Sl 119.97) e foi o maior rei de Israel. Em certa ocasião, enquanto Davi meditava sentiu-se incendiado por dentro (Sl 39.3); A Palavra do Senhor purifica os nossos caminhos (Sl 119.9)! Não deixe de ocupar seus pensamentos diariamente com a meditação nas Escrituras Sagradas. Elas testificam de Cristo (Jo 5.39); elas podem nos fazer sábios para a salvação (2 Tm 3.15). Se é certo que nossos pensamentos são derivados do meio em que vivemos e das influências que recebemos, também é certo que eles regem nossas ações. Tudo nasce primeiro no mundo das ideias, já dizia Platão. Nosso cérebro é a cabine de controle de nosso corpo. Falamos o que pensamos e agimos de um modo ou de outro por causa de algum pensamento. Até mesmo a imagem que projetamos de nós depende de nossos pensamentos (Pv 23.7). Por isso, somos instruídos a levar cativo todo entendimento (pensamento) a Cristo (2 Co 10.5b). Buscar e pensar criam um círculo que pode ser virtuoso ou vicioso. Quem busca impureza sexual sempre pensará nisso e, pensando nisso, tornará a praticar a impureza. Também quem busca as coisas do céu, orando, lendo, louvando, pensará nas coisas do alto! Por último, utilizando um outro texto de Paulo sobre esse assunto, precisamos entender que o crente vai sendo transformado pela renovação do seu entendimento (Rm 12.2). Isso não ocorre da noite para o dia, mas é processual.  


II. Velho homem x Novo homem - o crente é habitado por duas naturezas. Paulo chama de carne (Rm 8.5) e velho homem (Cl 3.9) o nosso velho EU, isto é, a natureza caída e pecaminosa que herdamos de Adão. Mas, ao crermos no Senhor, recebemos uma nova natureza que tem participação na própria natureza divina (2 Pe 1.4: Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina). Paulo chama essa natureza de “novo homem” ou “nova criatura” (2 Co 5.17). Esta natureza é recebida através do novo nascimento (Jo 3. 3). Assim, temos um conflito contínuo dentro de nós gerado por essas duas naturezas contrastantes (Gl 5.16, 17). A carne busca a satisfação gerada pelo pecado, por isso nos induz à indolência espiritual, à busca pelo prazer carnal, à lascívia, à cobiça e a inúmeros outros males. A satisfação carnal faz a consciência cauterizar (1 Tm 4.2) e leva o homem a rebelar-se contra Deus e a abandonar seu santo querer. Por outro lado, o novo homem é guiado pelo Espírito Santo que o leva a produzir fruto de virtudes (Gl 5.22), a inclinar-se para as coisas que agradam a Deus (Rm 8.1-14), enfim, a viver em novidade de vida (Rm 6.4). Paulo, nos versículos 5 a 11, orienta claramente como os colossenses deviam proceder para eliminar os feitos da velha natureza. Ele diz Mortificai os vossos membros (que deve ser entendido como a carne); em outra versão (ARA): “façam morrer”, mas literalmente ele está dizendo “matem a velha natureza terrena”! Mas como podemos fazer isso? Podemos aniquilá-la negando-nos a fazer o que ela gosta. A seguir, ele dá algumas orientações de como fazer isso.

1) Os feitos do velho homem - no v. 5, ele lista cinco obras (ações) da carne que não devemos praticar. Esses pecados atingem diretamente o templo de Deus que é o nosso corpo (1 Co 6.19). São pecados grosseiros e de um nível elevado nível de gravidade espiritual. Sobre os que os praticam recai a ira de Deus (v. 6). Antes de virmos a Cristo, esses pecados eram comuns e normais em nossas vidas, mas agora libertos do pecado (Rm 6.22), não devemos mais praticá-los. Depois, Paulo traz outra lista (seis itens) a partir do verso 8 que são pecados mais corriqueiros, mas que afetam diretamente nossa comunhão fraternal. Também fazem parte da velha natureza pecaminosa e devem ser igualmente combatidos pelo cristão. Comentaremos brevemente cada uma das listas, a começar da primeira.

1.1 Mortifiquem os vossos membros sobre a terra:

a) Prostituição: esta palavra denota toda a sorte de relacionamento sexual ilegítimo ou pervertido;

b) Impureza: apreciação por pornografia, piadas imorais, sensualidade;

c) Apetite desordenado: relativo a paixões sensuais, adultérios, gula, bebedeiras, orgias;

d) Vil concupiscência: desejos malignos, olhos concupiscentes; 

e) Avareza: é o mesmo que cobiça, ganância, desejo insaciável por mais coisas. Este pecado é igual à idolatria. Em 1 Tm 6.10, Paulo adverte que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males e que por causa dessa cobiça alguns se desviaram da fé. Jesus disse que não se podia servir a dois senhores:  a Deus e a Mamom, isto é, às riquezas (Mt 6.24). E em outra parte: De que adianta ganhar o mundo todo e perder a sua alma? (Mc 8.36).

O apóstolo João falando desses mesmos pecados nos diz: Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo A CONCUPISCÊNCIA DA CARNE, A CONCUPISCÊNCIA DOS OLHOS e A SOBERBA DA VIDA não é do Pai, mas mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. (1 Jo 2.15-17).


1.2 Despindo-se do velho homem - A segunda lista de pecados atentam contra a comunhão fraternal. Para alguns, eles podem parecer inofensivos porque são mais corriqueiros e não causam tanto impacto quando descobertos. No entanto, quem busca viver em novidade de vida deve deixar de lado todas essas obras carnais (1 Co 6.4; Gl 5.22). O apóstolo Pedro, em sua primeira epístola universal (2.1), também traz uma lista parecida com esta; e Tiago, o irmão do Senhor e autor da epístola de mesmo nome, também o faz da mesma forma (1.20,21), embora de forma resumida. Compreendemos assim que, longe de serem de pouca importância, esses pecados são, à semelhança dos primeiros, igualmente perniciosos para quem os acolhe. Sendo feitos do velho homem, nós que somos novas criaturas devemos afastá-los para longe. 

a) Ira: Raiva; sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva. Como a raiva é perigosa! Quando nos permitimos irar com facilidade somos tomados por um espírito de raiva permanente. A raiva pode se acomodar sob a forma de mágoa ou rancor. Este tipo de raiva produz doenças psicossomáticas e desejo de vingança.

b) Cólera: Apesar do significado de “ira” e “cólera” ser muito parecido, chegando essas palavras a serem traduzidas uma pela outra, há uma diferença entre elas. A cólera é um sentimento mais intenso e pode levar a pessoa a agir de forma violenta e cruel. Por causa disso, lares são destruídos por motivo de violência doméstica e até homicídios são cometidos entre parentes, amigos e cônjuges. Os moradores de Nazaré encolerizaram contra Jesus de tal modo que quiseram precipitá-lo do monte sobre o qual a cidade estava edificada porque o Senhor lhes lançou em rosto a incredulidade deles (Lc 4.28-30). Os cidadãos de Éfeso, incitados por Demétrio, iraram-se contra Paulo e quiseram linchá-lo e seus companheiros (At 19. Jesus, no Sermão do Monte, disse aos discípulos que só o fato de alguém se encolerizasse contra o seu irmão já estaria transgredindo 6º mandamento (Não matarás) e trazendo juízo sobre si; e foi mais longe: para ser condenado ao fogo do inferno, bastaria chamar o irmão de louco (Mt 5.21,22). Quão sérias são essas palavras! Entretanto, não é incomum vermos irmãos com mágoa contra outro e até mesmo lutas corporais entre membros do ministério! Despojem-se da cólera!

c) Malícia (maldade): definitivamente a malícia é um pecado e não é um comportamento digno de um santo. Significa (de acordo com seu original em grego kakía) uma disposição perversa, o princípio subjacente do mal (inerente ao mal) que está presente, mesmo que não expresso abertamente. A malícia pode se manifestar num olhar, num gesto obsceno, numa “mão boba”, numa atitude de suspeita contra alguém, pode se apresentar sob a forma de esperteza nos negócios, numa transgressão da lei, numa declaração de renda falsa. A lista é sem fim. Fazem uso dela os psicopatas que enganam suas vítimas para levá-las à morte; fazem uso dela os maus pastores, os falsos profetas (pregadores), os artistas gospels e os empresários da fé que exploram os crentes (Jr 23.1; Jo 10.12,13). 

d) Maledicência: gr. blasphēmía (de blax, "lento / lento" e 5345 / phḗmē, "reputação, fama"). Quando a nível horizontal (humano), é o mesmo que calúnia, falar mal de outra pessoa, denegrir, difamar. Muitos ocupam-se em falar mal dos irmãos, em apontar erros, em disseminar boatos. Em Levítico (19.16) a Lei já advertia os israelitas para que nenhum deles andasse como mexeriqueiros no meio do povo; Paulo temia encontrar mexericos entre os coríntios quando fosse visitá-los (2 Co 12.20). Em época de redes sociais como a nossa, a maledicência corre solta. Como novas criaturas que somos devemos ter temor do Senhor e não nos apressarmos em julgar os outros, nem ser um leva-e-traz, provocando contendas no meio do povo. Devemos elogiar os outros, buscando ver nos irmãos mais qualidades que defeitos. Não nos esqueçamos que somos salvos pela graça (Ef 2.8).

e) Linguagem torpe: literalmente linguagem suja. A boca do crente deve ser fonte de vida (Pv 10.11,31,32; Ec 10.12). Assim como Isaías, seus lábios foram queimados com a brasa viva do altar e sua iniquidade foi tirada (Is 6.7), não pode, portanto, falar perversidades. Jesus disse que a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12.34), logo, se nossa linguagem é suja, nosso coração também está. Quantos crentes se divertem ouvindo e contando piadas imorais; quantos pronunciam palavras de baixo calão sem nenhum receio! É disso que Paulo está falando. É obra do velho Adão cheio de malignidade, iniquidade, lascívia e outras indecências guardadas no depósito do seu coração. Aos que fazem uso desse tipo de linguagem devemos advertir com as graves palavras de nosso Senhor Jesus: Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado. (Mt 12.36,37).

f) Falsidade (“Não mintais uns aos outros” - v. 9a): aqui, o que Paulo está dizendo é que os crentes colossenses não deviam usar de falsidade uns para com os outros. Ser falso é usar de ironia, de zombaria (Sl 1.1), principalmente na ausência do outro; fazer acusações sem provas, falsa testemunha como fizeram com Nabote, com Jesus e com Estevão (1 Rs 21.8-16; Mt 5.11; At 6.11,12); contar vantagem como Ananias e Safira (At 5.1-11); bajular (Rm 16.18). O crente deve ser sincero em seu modo falar e honrar sua palavra nos tratos que fizer, como disse o Senhor: Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna. (Mt 5.37). O diabo é o pai da mentira (Jo 8.44) e os que a praticam são seus filhos (1 Jo 3.8,10). Devemos amar aos irmãos de verdade (1 Jo 3.18). Mente aquele que diz que ama a Deus, mas aborrece a seu irmão (1 Jo 4.20). O mentiroso é um dos tipos que ficarão de fora da cidade santa (Ap 22.15).


III. As virtudes do novo homem em Cristo

a)



Obs.: Estudo a ser continuado

 A VIDA SUPERIOR EM CRISTO